Tuesday, August 31, 2010

"meu amor sem flor"




(this is not so much a 'poem', but just something i wrote the other day... when i tried in vain, to see this 'ancient love', in this 'ancient town'... I left her a flower (flor) in her doorstep...)





'O meu amor nem a vi...
O meu amor anda triste, cansada, sozinha...
Deixei-lhe uma flor, repassei e já lá não estava
Foi o vento?
Foste tu quem a colheu?

O meu amor não tem flor...
O meu amor anda triste, não lhe vejo a alma há tanto tempo...
Não lhe sinto o cheiro
Não lhe oiço a voz... o bater do ventre...
O meu amor anda doente...
Deixou de me ter por perto, o coração está só... mesmo sem me querer, o meu amor era presente.
O meu amor anda doente
A minha princesa não sorri
O meu amor, hoje nem o vi...

O meu amor sem flor...
Levou-te o vento?
Deixou-te o meu amor?
Oh meu amor não te vejo...
Eu tento
Eu intento
Eu procuro-te!
Eu e o vento...
Oh meu amor a tua flor!
Oh meu amor... foste tu? Foi o vento?
Oh minha flor... que te deixei...
Perdoa-me... Eu agora voltei.

Oh meu amor que não te encontro... abandonei-o... ao vento?
Deixei-te uma flor... foste com ele?
O meu amor abandonou a dor? O amor?
Fui eu? Fomos as duas?
Oh meu amor em flor... a tua ausência cresce em mim.
O vento sopra-me sem efeito
As flores olham-me sem brilho
Nada me parece sincero
A tua ausência tira-me do real... do sério... de mim...

Oh meu amor sem flor...

Hoje procurei-te
Ontem intentei-te
Hoje me despeço
A flor não está... levaste-a tu?
Ficaram duas pétalas caídas... ficamos nós duas?
Oh meu amor sem flor... não te deixei... não te deixei...
O abandono foi de dor
O coração morria de amor

Oh meu amor sem flor
Hoje procurei-te
hoje não te vi
Hoje deixei-te...
Hoje tenho que me ir novamente...

Oh meu amor sem dor
Oh minha flor
Deus queira que tenha sido pela tua mão, que a minha flor voo...
Deus queira que tenha sido pelo teu coração, que o meu amor ficou.'

(Évora, 17 Julho 05)