Wednesday, June 30, 2010

"O Anjo de Pedra" (a dark fairy tale...)




Argolas de erva e memórias,
pelo caminho ruiu tudo... passei por onde ela chorou.
Sem estrelas, a norte explode-lhe a noite!
Eu sonho-ta... indiferença.
Já bate a dor no anjo de pedra?
Ainda lá está?... ainda cá estou.
Entrou por onde esse amor?
Fica sempre para depois... o refundir a dois.
A desculpa, o perdão e a perca... sempre sem razão.
Tudo para o final da tarde... bem ali ao fundo, a portajar o meu bem querer... num vão de escada!
Espera... não, volta!... vem bater... o não, que desvio de coração!

Noites passadas, pesadas, pensavas entre vácuos e recuos: um anjo, a prenda, o milagre presente... em fim, a luz?
Mal formada a mensageira... reprimida, pintada de preto num corrimão de flores... viaja sem vantagem à cabeceira:
1- o filme imaginado a duas...
2- a música que ficou na dúvida?
3- entre paredes e chão... a realidade enterra-me, o sofá na televisão!

Não queria sonhar-te de novo!
Adormeci-me numa caixa vazia; e agora obrigas-me a volta: em ti voltarei a dor?
Tudo me muda e me lembra... mais um dia desse amor...
Desejo o filme, que no caeiro ficou... embalo futuros, até chamá-los de cor!
Um sorriso, o carimbo no chão... e volto sem querer, à primeira mão... aquela flor... "Hotel Mariot".
Desço sem olhar o luto, mais escadas e um grito!
Era nesse... teu final absoluto?

Aqueci a água às rosas, perguntei à chuva por ti: porque me deixou ela morrer assim?
Dói, desce, chove... mói, ai!... chuvia?... em mim mais ninguem queria!
Levo sózinha, teu guarda-chuva ao abrigo... o sol, o perigo... ver para além de mim???
Esforçar esse amor comigo?... querer, moer, viver... amar para sempre... o fim!

Viver... é saber amar sem temer naufragar.

A espuma dança, a chuva morde... e eu não esqueço: aquela guarda, o meu perdão... perdeu-se o amor de verão!
Nesse passeio, piso sem àrvores vários destinos... mas foi o dela, que entrou e saiu comigo...
Mas onde anda essa entrada de dor? Na pedra, no anjo... na cor?

A rosa murcha... estendi-te numa mesa ensaida de branco: velam anjos de preto por dentro!
Engano a alma, a ilusão, a solidão... e afinal... ela só me esperava noutra carta de amor!
Amor na agressão, na morte das palavras... responde-me em “asas nunca ditas"... reage-me em oposição!
Atravessa-me a pele, o cheiro, a fusão!... alimenta-me a fome comigo!
Lamento, não sei jogar neste centrimetro?
Sei correr para lá da meta... atingida ao peito, prometo ao espelho d’àgua... amar-te no que não for refeito!?

Reflectes saudades que são tuas, nas mesas, nas vozes, às vezes... e eu lamento-nos a sul... sem estrelas, fugi!
Sim, já me sonhas na diferença... no seio das pedras, restas-me em receio... bate-me o chão!
Coração... queria poder amar-te o “não” em todas elas!
Com... ou sem sentires as perdas, minha pedra polar, basta pensares em mim...
..... e estarei sempre... eu e meu pesar... ligada a ti.

(Lx., entre 25 e 26 Dez. 2009 )

Friday, June 11, 2010

Afraid to fly? (my last "fly edition"!lol)



"I would love to Fly!
Hands up high... & just let go!
Still... first flights scare me so?
my gentle cloud,
won't you close my eyes?
won't you love my sore?
my gentle dove,
why dive in dry?
why sigh in high?

Eyes wide close... & maybe we might?
Drown this tears... & maybe i die...
Your tidal ways, lead this fall
My gentle sways, feel my hole

Will an angel catch my soul?
Will thy heart seal this stroll?
my dandle words
your dreary thoughts

You know... sigh
I never meat to kill the start?!"

(Lx- 1Jul2010)


"i would love to fly
eyes close, hands up high...
and just let go...
but first flights scare me so?
my gentle cloud,
wont u close my eyes?
wont u love my sore?
my gentle dove, i must dive in high!
with eyes wide close, maybe i might?
leaving dark thoughts behind,
and be drowned into your… tidal eyes
oh this fall...
would my angel catch my soul?"

Lx, 19 Nov. 05 (edição: 11 junho 2010)

Monday, June 7, 2010

"Duas Sereias Num Caracol de Amor..." (lez poem & painting)


Certeira na curva, olhei de cima... tua varanda recua?
Giro o azul mais depressa, deixei cair um dedo!
Volteio-te de olhos cerrados, alma fechada...
Vieste sentir a fuga? O lugar do medo?
A saida rugiu primeiro... fui... floriu?
Aceito o desafio:
Fico-te mais um serão... acendes a vela?
Danço-te nela... a luz e o perdão.

1st LESBIAN marriage in PORTUGAL!!!!:)))


Congrats!!! Teresa & Helena, you finaly did it!!! May u both live happily ever after!:)))

Tuesday, June 1, 2010

"Baleias na areia..."


I had this vision... of whales on the edge of the seashore... searching for the ocean? not knowing they were drowning within... in the tip of the sand... wishing to be rescued back to... dryland?
I feel like diving in!

This is something I wrote a long time ago...

"Baleias na Areia

E a Baleia foi andando, de costa em costa, à procura do oceano.... disseram-lhe que era lindo que se via da pontinha da areia e tinha uma vista sem fim. De facto, pensava ela, é impossível que eu alguma vez o tenha visto. Não me passava despercebida uma vista ‘Linda!’, segundo dizem...

O mais importante de tudo era a beira de água, era esse pormenor que mais a preocupava, ter que ficar mesmo à pontinha da areia, para ver mais e melhor. Ela achava sempre que era o pormenor da pontinha que a impedia de ver o Oceano, ela não conseguia sair completamente fora de água. Nunca o tentara verdadeiramente. Nunca se atrevera. Mas nunca tinha ouvido falar em Baleias na Areia!? E receava sempre tudo aquilo que nunca ouvira falar. Sobretudo o que nunca ouvira falar? E curiosamente, aquelas coisas de que toda a gente falava banalmente, ela também não conhecia? Era um mundo estranho… aquele em que vivia. Era um esforço enorme e diário, tentar adaptar-se às coisas novas e velhas, que continuamente ficavam por conhecer e ao mesmo tempo fazer um sorriso para os outros, como se nada daquilo se passasse...

Mas o Oceano! Esse! Ah! O Oceano, esse… ela prometera a si própria que ia um dia conseguir vê-lo... Só faltava a história da pontinha da areia, chegar mais perto!.... Que Raça! As ‘coisas’ da vida às vezes também podiam ajudar um bocadinho, não é? Não poderia a pontinha da areia entrar um bocadinho na água. Só durante um bocadinho, para que ela pudesse espreitar o Oceano. Esse coisa linda de que toda a gente falava....
(continua... 26 Maio 2004).

Era pedir muito que aqueles dois grãos de areia me saltassem para os olhos? Acho que deixando de ver já posso perder as esperanças em vê-lo. É que eu já tentei de tudo...? Durante uma vida, eu tentei apenas uma coisa: chegar-me à ponta da areia, para ver o que todos viam. Para que, pelo menos numa coisa, eu pudesse estar de acordo com os outros...

Os outros. E em tudo na minha vida, velha ou nova, existem sempre ‘os outros’. Se eu não estivesse que estar sempre a ter que me adaptar não era tão bom? Aos outros... Às coisas dos outros. Cheguei a pensar em desistir dos outros... Acho que houve momentos em que eles lá não estiveram mesmo, mas ‘eles’ andam sempre por aí e é difícil não colidir... E depois, havia aquela coisa linda de que eles falavam e me levava a querer saber mais. Aquela palavra que parecia vir encher por dentro, depois de nos sair pela boca... O Oceano.

E durante uma vida, reuni toda a informação possível, eu falei com todos os outros possíveis, acho até que me chamavam a Baleia do -Ó, quando eu passava... E a minha conclusão era sempre uma, para ver melhor o Oceano, há que se colocar bem à beirinha da areia e olhar o mais longe possível. Baleias na Areia. Esta parte é que lhe faltava preencher.

As perguntas que fazia nunca eram directas e nunca ela começava o tema de uma conversa, ela entrava sempre a meio. Se estivessem a falar do ‘grande- Ó’, então ficava até ao final, e ao ‘outro’ mais pequenino que estivesse do seu lado, perguntava, como se nada fosse, ‘E no Oceano, também existem outras Baleias?’. Nunca se atrevera a perguntar directamente, ‘Como é que eu faço para ver o Oceano??, ou, ‘Como é que eu chego à ponta da areia?’, ‘Como é que eu me meto de pontas?’, ‘Já alguma vez ouviu falar em Baleia na Areia?’, ‘Como é que as Baleias do Oceano passaram da água, pela ponta da areia, para dentro do Oceano?’.

Esta última questão é que era a verdadeira questão. Ela queria acreditar, que se houvesse uma Baleia corajosa o suficiente para deixar as águas e passar para o tal Oceano... Não. Isto não era uma questão de coragem. Era preciso, era descobrir ‘o truque’... Baleias na Areia de pontas. E o mais importante, era que todas as Baleias desse Oceano ‘o’ sabiam. Todas elas também tinham passado uma vida à procura do ‘salto’... O Oceano não seria um lugar cheio de ‘outros’, mas apenas de Baleias na Areia, como ela. Devia ser um sítio interessantíssimo, onde importava apenas o redor e o presente e não todas aquelas coisas novas e velhas, de longe e de perto, que todos os outros falam a toda a hora e todo o momento…
(continua...? 27 Maio 04)."