Tuesday, April 13, 2010

"Todas as Cartas de Amor são Ridiculas", já dizia Fernando Pessoa...


"Cartas"

a mão arrefece sem assumir o medo,
sigo sem poesia, noutra carta dormente
e encerro a onda seguinte, num carimbo de sangue
há sonhos para lá da corrente
o anel ainda mexe, diz aluir pedidos ao ar
entre linhas que deviam calar, enrolar cada instante,
ela rasga mais um pedido a quente:
abraça-me no que voar por dentro!
o alecrim quer responder por mim: "sim"
restam bolhas, espuma e madrugada,
mas velarei amor noite fora
em sua barca, eu... e a minha amante mais amada.


12 Abril 2010