Saturday, September 4, 2010

*Global Globe*


Ajuda-me minha flor! A tua cor é mais forte que a minha luz.

Desperdicei toda a minha voz a encantar-te, enquanto fugia dos outros. A torrada que comeste, a música que ouviste, aquele chá que bebemos as duas... haviam duas cadeiras brancas que cercaram tudo isso.
As cadeiras forma lacradas na tinta azul. Fui dizer-lhes que te esperava de novo. Onde está a minha outra metade?

O globo de vidro que comprei, para te simbolizar na minha mente, ainda aqui está ao meu lado. Já há mais coisas que me lembram de ti, do que aquelas que me afastam. Já foram mais os meses maus, que os meses que passámos em conversas com deus.
Porque aceitaste a minha flor, se não era para ser verdade o amor? Não posso crer no que dizes, apenas aquilo que sinto. Sempre me segui por isto.

Vamos duas a duas, a bicicleta pode levar mais do que uma. Disseram-me para seguir o caminho da Índia, para pedir ajuda à serpente e voltar à vida perdida... Vou dar o resto por isto.
Tenho dores de estômago, já devolvi mais um gato, não consegui ressuscitar a cerejeira, será que a raiz também já vai insegura?

O epílogo deste amor, vai ser vivido numa noite escura. Noite sem lua. A minha aura vai estar quase sem mais nada, num outro lance de escada... por um envelope que ficou esquecido, vou voltar atrás de bicicleta. O teu carro sem luz, vai cruzar e chocar comigo. Um encontro forçado, uma conversa puxada, um jantar oferecido, depois um carinho sentido.

Na noite sem lua das bruxas, vai haver um buraco negro que nos suga às duas... numa noite de amor.

Lx., 14 Agosto 2010
(ed. a 3 Set.2010)